segunda-feira, 4 de junho de 2012

História de uma Atéia

A muito não escrevo, na real só faço isso quando me dá muita vontade, pois apesar de amar escrever é bem desmotivador o fato de despender um tempo para fazer um post (pois não é tão simples para alguém que não manja tanto de computação) sendo que esse blog tem pouquíssimas visualizações. Por isso muito obriga a quem acessou e leu essas linhas pelo menos ate aqui.
O motivo pelo qual me tornei atéia. Confesso que poucas pessoas me perguntar isso, pois quase ninguém sabe disso, a maioria das pessoas que me conhecem me conheceram quando eu ainda era Espírita (pois é, fui da “macumbinha boa”). Sempre fui espírita, meus pais são espíritas e boa parte da minha família também. Embora nunca tenha sido uma assídua freqüentadora de Centros Espíritas eu de fato acreditava em todos aqueles ensinamentos, tive pouco contato com a bíblia e do pouco que vi realmente achava uma balela (com todo o respeito aos Cristãos). Por volta dos meus 15 anos conheci uma garota a quem passei a admirar muito e por sorte ganhei sua amizade, e ela era Ateia. Não em tornei ateia no mesmo instante, mas a respeitava e via nelas qualidades de um Ser Humano Magnânimo, ai digamos que, minha mente “se abriu”, vi que havia a possibilidade de “pensar diferente” . Por  essa altura tive uns problemas, uns “graves problemas” que me fizeram me agarrar novamente na religião, eu acreditava que Espíritos de Luz iam me ajudar. Realmente eu superei tudo, a certo momento tudo ficou para traz, mas hoje vejo que não foi a religião ou Deus que me ajudou, a minha crença foi só um alivio psicológico, confesso que ajudou, mas não era a Verdade.   
E o tempo passou e passou, me desliguei um pouco da religião, mas ainda crendo, ate que me bateu uma tristeza sem tamanho. Depressão ? muito provavelmente, o fato é que a vida estava ficando “pesada”. Problemas diluídos em uma”Mar de Solidão” que carregava dentro de mim, acordar a cada dia era uma tortura. Mas dessa vez não foi para Centros Espíritas e nem procurei por Médiuns, eu sofri calada e decidi resolver isso da maneira mais definitiva possível, por um fim na minha existência. Eu de realmente  optei o suicídio, mas um suicídio de fato, eu não planejava cortar meus pulsos estrategicamente 5 minutos antes de alguém chegar em casa, eu desejava morrer verdadeiramente . Pela Doutrina Espírita um suicida vai para um lugar chamado Vale dos Suicidas, uma espécie de inferno para quem se atreveu a dar cabo de sua própria vida, durante muito tempo isso vez muito sentido para mim, afinal nos estamos aqui nesse mundo para aprender e não demos o direito de recusar a vida que Deus nos de,eu confesso que achava que pessoa assim deviam sofrer até compreenderem o erro, mas quando eu me vi do outro lado da questão a coisa mudou de figura. Eu não estava querendo “Matar a Vida” eu estava querendo matar a dor e a idéia de encontrar mais dor “Alem da Vida” não estava me parecendo nada justa. Pra mim o espiritismo era a religião mais correta na face dessa terra, e a que melhor pregava o amor e a caridade, mas de repente eu me vi com um destino nada “bondoso” a me esperar. Para mim isso passou a ser uma contradição que começou  a corroer minha Fé.
Comecei a fazer pesquisas sobre religiões e seitas, qualquer espécie de fé que aceita-se bem o suicídio, mas tudo que encontrei eram dogmas que ao meu ver eram absurdos, fantásticos e que para mim tava mais para Lendas.  
Comecei a me ver cada vez mais distante de religiões, nada se esmiuçado e refletido me parecia aceitável, justo ou com algum nexo, coisas muito contraditórias e nada bondosas. Nessas minhas pesquisas topei com vlogs ateístas, o que foi a gota d’água. Não pensem que os Vloger me levaram ao ateísmo, esta claro que a minha fé estava muito abalada, eu simplesmente digeri melhor os argumentos deles, ouvi opiniões mas as minhas conclusões finais surgiram do meu meditar sobre o que estudei e vivi ate aquele momento.
A idéia da morte ficou distante, a morte provocada intencionalmente por mim, em plena consciência e em poder de todas as minhas faculdades mentais. Racionalmente o mais provável é que essa vida seja única, não haverá outra, nem em um “planos espiritual”, em um possível renascimento ou reencarne. Minha dor não evanesceu de uma hora para outra, mas estava disposta a tentar aproveitar ao maximo a vida, minha única vida pois provavelmente não haverá outra. Percebi que “Deus” não estava ao meu lado para resolver meus problemas, eu teria que tomar coragem e agir. Eu vi que sou totalmente responsável por mim e que desistir não valia a pena.
Não pense que quando cheguei a conclusão da provável inexistência do sobrenatural fiquei desolada, muito pelo contaria, agora estava Livre, e isso me faz mais feliz do que a religião um dia me fez, e me sinto Magnífica em saber que sou a obra de Bilhos de anos do Universo do que em acreditar que sou cria de um Poderoso, mas completamente Insano,ser.
                                                      

2 comentários:

  1. Interessante seu relato , entretanto, vc virou atéia por motivos emocionais e que de fato nada prova a inexistência de Deus. Os sentimentos que vc sentiu, de liberdade, de responsabilidade a aproveitar a vida são muito bons, mas são ilusórios, pq em contrapartida vc poderá sentir outra sensação desesperadora de que não há ninguem por nós , além de nós mesmos. Me convenço que exista Deus através de lógica e filosofia, gostei do sua estória e entrei no seu blog do seu comentário no blog do Luciano ayan. E gostaria de te dizer que: uma coisa é não acreditar em Deus ( ateu) outra é não acreditar e querer destruir a religião dos outros ( neoateismo - movimento político).Como vc me parece ser uma pessoa sincera, cai fora desse neoateísmo que isso tá ligado á todo tipo de ódio.

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    1. Meu Caro, ou minha Cara, primeiramente agradeço-lhe por comentar, isso significa que considerou essa matéria.
      Sinta-se sempre a vontade para comentar, mesmo que seja para discordar pois estou sempre disposta a ouvir opinião contraia. OBRIGADA !
      Saiba que não me tornei Ateia só por motivos emocionais, na verdade meu Ateismo é o resultando de uma soma de fatores, embora o lado emocional teve um grande peso. Já quanto a "sensação desesperadora", bom, confesso que já a sinto em certos momentos, principalmente por causa da noção de que não há nada "Alem da Vida", que a morte é o fim, mas não deixo esse medo me dominar, afinal, como coloquei em outras matérias, a vida é algo muito raro para ser desperdiçado pelo medo da Morte.
      Tranquilize-se: não sou Ati-Religiosa, jamais depredaria, monumentos religiosos, templos ou seria agressiva com algum religiosos (desde que ele não seja comigo também), acho que as pessoas tem a total liberdade de crerem, ou não, no que acham melhor, mas acredito sim que o mundo seria um lugar melhor sem religiões. Por isso eu "Prego" o Ateismo da mesma maneira que um sacerdote tem direito de tentar converter as pessoas para o que ele acredita. Mas faço isso de maneira pacifica, sem nunca tentar coagir quem quer que seja, simplesmente expondo o porque de se "não crer em Deus" segundo o meu ponto de vista.
      Para finalizar saiba que, segundo minhas fontes, a classificação em neo ateismo nada tem a ver com politica, e sim só exprime a ideia de que os ateu existiram em um período (no passado) deixaram de existir por algum tempo, e depois um grupo retomou essa ideologia, o que não é verdade, e todas as épocas da humanidade existiram Ateus.

      Abraços
      Carolina Valo

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